Resumo
É o fantasma uma figuração do hiato, do buraco em que a palavra se liberta de seu referente material e, portanto, de seu efeito realista, e permanece flutuando de alguma forma como mero sinal? O funcionamento do signo, a relação entre significado e significante evoca o espectral e também aquilo (a coisa) em que se pode converter ou o que pode designar. O fantasma é a figura e a medida da distância entre o signo e o referente. Este artigo procura explorar o momento de interrupção em que palavras e coisas se sobrepõem apenas na extensão de uma distância, pois a leitura de notas de alguns textos que de Saussure a Mark Fisher nos permitem encontrar formulações dessa extensão para ler seus efeitos sobre a invenção do realismo na obra de Aira e especialmente no seu romance Los fantasmas.
Palavras-chave:
sinal; fantasma; realismo; romance; César Aira