Resumo
Este trabalho enfoca os ensaios de Ricardo Piglia, as particularidades formais que caracterizam seu estilo e as diferentes concepções de leitor e leitura que são teorizadas ao longo de sua produção crítica. Através de uma retórica ao mesmo tempo dialógica e epigramática, Piglia compõe uma engenhosa forma de ensaio em que as ideias são dramatizadas em vez de explicadas. É uma operação que amalgama crítica e ficção. A nossa leitura, pautada pela interrogante em torno a que tipo de leitor é construído nos ensaios de Piglia, defende que, mais do que um leitor de ficção ou um leitor crítico, é um leitor-espectador de teatro que melhor se ajusta às suas coordenadas performativas. Assim, concebendo Piglia como dramaturgo e suas leituras como encenação, poderíamos viabilizar a premissa proposta por seu pensamento: a coexistência, em uma mesma voz, do crítico, do narrador e do professor.
Palavras-chave:
Ricardo Piglia; ensaio; crítica literária argentina