Resumo
Leituras tradicionais de textos de Le Spleen de Paris, como as de Jean Starobinski e Walter Benjamin, dão destaque para a figura do bufão e para a atitude burlesca. Nessas análises, os poemas em prosa baudelairianos são vistos como testemunhos travestidos de uma experiência biográfica e histórica. O presente artigo procura apontar os inconvenientes da associação mecânica entre autor histórico e sujeito poético, colocando em primeiro plano elementos da obra de Baudelaire que levariam a considerar de outro modo a ideia do “declínio” do gênero poético.
Palavras-chave
Charles Baudelaire; Poema em prosa; Ironia; História