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“Um tanto pueril”: a criança e a palavra literária como agentes (cosmo)políticos

“Somewhat Childish”: The Infant and the Literary Word as (Cosmo)political Agents

Resumo

Descontruindo algumas correlações entre a oposição prosa/poesia (tomada também como metonímia da oposição literatura/não-literatura) e a oposição adulto/criança, retomamos algumas bases da reflexão sobre biopolítica, para pensar a infância dentre a série de agentes cuja exclusão da comunidade política (junto com as figuras do Oriente, da mulher, do selvagem e outros seres supostamente destituídos de fala, de logos) paradoxalmente os reinveste de força e interesse político, seja como objetos de uma expansão dos regimes instituídos de visibilidade e controle, seja como possíveis instigadores de modos outros de ação, que exigem repensar o que significam agência e política. Assim, passando por uma análise da transcriação haroldiana do fragmento 52 de Heráclito sobre a criança e de Sagatrissuinorama de João Luiz Guimarães, buscamos delinear algumas implicações desse intrincado fenômeno recente de politização da infância para o ensino de literatura.

Palavras-chave:
educação e literatura; poesia e infância; literatura contemporânea; biopolítica

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