Resumo
Embora fosse respeitado nos círculos intelectuais desde o aparecimento de O mulato (1881), Aluísio Azevedo (1857-1913) só assinou contrato com a Livraria Garnier após a publicação de O homem (1887). Foi graças ao sucesso de vendas desse livro que o editor de Machado de Assis, um dos mais importantes da época, comprou os direitos de toda a ficção do autor e imprimiu a quarta edição da obra. O feito era resultado de uma forte campanha publicitária posta em curso por Aluísio Azevedo e sua rede de amigos da imprensa. Com foco nas vendas, eles apostaram no aspecto licencioso da obra para divulgá-la e alcançaram grande êxito. O Rio de Janeiro se viu escandalizado ao ler os devaneios eróticos da protagonista, descritos para tratar do tema da histeria feminina. Aluísio Azevedo sofreu ataques dos detratores da estética naturalista, que o acusaram de escrever “pornografia” disfarçada de ciência. Neste artigo, vamos contar a história de O homem como best-seller erótico do fim do século XIX.
Palavras-chave:
Aluísio Azevedo; naturalismo; O homem; pornografia