RESUMO
Existem evidências empíricas em diferentes línguas sobre como a computação da morfologia de gênero durante o processamento psicolingüístico afeta a conformação das representações do sexo e gênero. Entretanto, não há evidências empíricas sobre o processamento de variantes morfológicas não-binárias em espanhol (-x ou -e) em contraste com a variante genérica masculina (-o). Para analisar este fenômeno, realizamos dois experimentos: uma tarefa de julgamento de aceitabilidade e uma tarefa de compreensão de orações para analisar o processamento online. Os resultados mostram diferenças dependentes das tarefas, ou seja, nos processos subjacentes envolvidos em cada uma delas. Nos julgamentos de aceitabilidade, que envolvem processos estratégicos mediados por crenças e normas linguísticas, o genérico masculino é mais aceitável para se referir a grupos mistos. Na tarefa de compreensão de orações, que investiga processos automáticos e representações implícitas, as formas não binárias provocaram consistentemente uma referência a grupos mistos e os tempos de resposta indicaram que estas variantes morfológicas não implicam um custo de processamento mais alto do que o genérico masculino
psicolinguística; gênero; morfologia; estereótipos de gênero