RESUMO
A partir da declaração de Barthes, afirmando que a língua é fascista, este artigo de opinião realiza uma relação entre os modelos político-ideológicos dos movimentos nazifascistas e as características do conceito de língua barthesiana. As análises caminham pelo campo da filosofia da linguagem e metaforizam os espaços do leitor, autor, texto e contexto de forma a trazer uma reflexão provocativa aos momentos históricos e quadros políticos dos últimos 80 anos. Para esse exame, leva-se em conta teóricos do campo da linguagem como Rodman e Fromklin (1993), Rajagopalan (2003), Fiorin (2008); na esfera da historiografia dialoga-se com Casara (2017), Woolf (1974), Trevor-Roper (1974), além de outros autores que circundam esta investigação de forma relevante. A medida em que se reflete sobre as razões dos pensamentos totalitaristas e verifica-se sua aproximação com a língua-autoritária vislumbrada por Barthes, pode-se mais facilmente compreender como as relações humanas precisam, muitas vezes, ser humanizadas. Como resultado deste estudo, pode-se considerar que os lugares discursivos são capazes de gerar aprisionamento ou liberdade, podem propor o fascismo ou a democracia pela literatura, e tais análises precisam ser contempladas.
Fascismo; Nazifascismo; Língua; Barthes; Filosofia da Linguagem