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ORGANIZAÇÃO SOCIORRETÓRICA BIDIMENSIONAL DO GÊNERO DIGITAL HOMEPAGE EM DISCIPLINAS DE CURSO ONLINE1 1 Este artigo é parte de uma pesquisa realizada com apoio da FUNDASP-PUC/SP.

RESUMO:

Neste trabalho, analisamos como se constitui a organização sociorretórica das homepages de disciplinas online na perspectiva da análise bidimensional de gêneros (ASKEHAVE; NIELSEN, 2004ASKEHAVE, I.; NIELSEN, A. E. Web-mediated genres: a challenge to traditional genre theory. Arhus: Center For Virksomhedskommurikation, 2004. p.1-50. (Working papers, n.6).). Em Crescitelli e Campos (2015)CRESCITELLI, M. F. C.; CAMPOS, K. S. R. Organização de material didático virtual na homepage. Linha D´Água, São Paulo, v.28, n.1, p.5-25, jun. 2015., analisamos homepages de disciplinas de curso de graduação a distância com base em Swales (1990)SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research setting. Cambridge: Cambridge University Press, 1990., examinando sua organização sociorretórica e levantando passos e movimentos retóricos que as constituíam. Aqui, examinamos as mesmas homepages na perspectiva bidimensional, verificando, nos modos de leitura e navegação, propósitos comunicativos, unidades funcionais (movimentos retóricos e links) e estratégias retóricas empregadas para o alcance deles. No caso dos links, fundamentamo-nos na teoria de sequências textuais de Adam (1992)ADAM, J. M. Les textes, types et prototypes: récit, description, argumentation, explication et dialogue. Paris: Nathan, 1992. e examinamos as sequências predominantes na articulação das lexias hipertextuais. Pautamo-nos em estudos de gênero como ação social (MILLER, 2009aMILLER, C. R. Gênero como ação social. Tradução de Judith Hoffnagel. In: DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). Gênero textual, agência e tecnologia. Organização de Angela Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. Recife: Ed. da UFPE, 2009a. p.21-44. Título original: Genre as social action. Quarterly Journal of Speech, p.151-167, May 1984., 2009bMILLER, C. R. Comunidade retórica: a base cultural dos gêneros. Tradução de Ana Regina Vieira e Judith Hoffnagel. In: DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). Gênero textual, agência e tecnologia. Organização de Angela Paiva Dionísio e Judith Chambliss Hoffnagel. Recife: Ed. da UFPE, 2009b. p.45-58. Título original: Rhetorical community: the cultural basis of genre. Trabalho apresentado no Re-Thinking Genre Seminar, Universidade de Carleton, Ottwa, 1992., 2009cMILLER, C. R. Blogar como ação social: uma análise do gênero weblog. Tradução de Leonardo Mozdzenki e Judith Hoffnagel. In: DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). Gênero textual, agência e tecnologia. Recife: Ed. da UFPE, 2009c. p.61-92. Texto original: MILLER, C. R.; SHEPHERD, D. Blogging as social action: a genre analysis of the weblog. In: GURAK, L.; ANTONIJEVIC, S.; JOHNSON, L. RATLIFF, C.; REYMAN, J. (ed.). Into the blogosphere: rethoric, community and culture of weblogs. Minneapolis: University of Minnesota Libraries, 2004.; BAZERMAN, 2006BAZERMAN, C. A vida do gênero, a vida na sala de aula. In: HOFFNAGEL, J. C.; DIONÍSIO, A. P. (org.). Gênero, agência e escrita. Tradução e adaptação Judith Chambliss Hoffnagel. São Paulo: Cortez, 2006. p.23-34. Título original: The life of genre, the life in the classroom. In: BISHOP, W.; OSTROM, H. (ed.). Genre and writing. Boynton: Cook, 1997. p.19-26., 2009aBAZERMAN, C. Atos de fala, gêneros textuais e sistemas de atividades: como os textos organizam atividades e pessoas. In: DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). Gêneros textuais, tipificação e interação. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2009a. p.19-46. Título original: Speech acts, genres and activity systems: how texts organize activity and people. In: BAZERMAN, C. What writing does and how it does it: an introduction to analyzing texts and textual practices. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2004. p.309-339., 2009bBAZERMAN, C. Formas sociais como habitats para ação. In: DIONÍSIO, A. P.; HOFFNAGEL, J. C. (org.). Gêneros textuais, tipificação e interação. Tradução e adaptação Judith Chambliss Hoffnagel. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2009b. p.47-61. Título original: Social forms as habitats for action. Ensaio apresentado no encontro de 1994 da Modern Language Association.; SWALES, 1990SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research setting. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.; BHATIA, 1993BHATIA, V. K. Approach to genre analysis. Analysing genre: language use in professional settings. London: Longman, 1993.); gênero textual digital (MARCUSCHI, 2010MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. São Paulo: Cortez, 2010. p.15-80, 2010. Título da 1ª. edição: Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.; ASKEHAVE; NIELSEN, 2004ASKEHAVE, I.; NIELSEN, A. E. Web-mediated genres: a challenge to traditional genre theory. Arhus: Center For Virksomhedskommurikation, 2004. p.1-50. (Working papers, n.6).) e hipertexto (LEMKE, 2002LEMKE, J. L. Travels in hypermodality. Visual Communication, London, v.1, n.3, p.299-325, 2002. Disponível em: http://hem.bredband.net/sigrunr/lemke02hyper.pdf. Acesso em: 07 jun. 2012.
http://hem.bredband.net/sigrunr/lemke02h...
; FINNEMANN, 1999FINNEMANN, N. O. Hypertext and representational capacities of the binary alphabet. [S.l: s.n], 1999. Disponível em: http://www.hum.au.dk/ckulturf/pages/publications/nof/hypertext.htm. Acesso em: 13 dez. 2012.
http://www.hum.au.dk/ckulturf/pages/publ...
). Trata-se de estudo de caso, com observação e descrição de um fenômeno em contexto específico (MARTINS, 2008MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.; YIN, 2005YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. Tradução de Daniel Grassi. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. Título original: Case study research: design and methods. California: Sage Publications, 2003., 1984YIN, R. K. Case study research. California: Sage Publications, 1984.; TRIVIÑOS, 1987TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.). Os resultados obtidos demonstram que conhecer a organização sociorretórica do gênero homepage propicia a organização de conteúdo pedagógico mais voltada aos interesses e às necessidades dos usuários, contribuindo para o envolvimento do aluno com o processo educacional.

PALAVRAS-CHAVE:
Organização sociorretórica; Gênero textual digital; Homepage

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