RESUMO
Partindo da constatação de que, às vezes, os conceitos de interdiscurso e de memória são emaranhados tornando-se quase equivalentes e entendendo que recobrem funcionamentos discursivos distintos, pretendo refletir sobre a problemática, recorrendo aos conceitos de metáfora , de metonímia e de discurso transverso , como teorizados, sobretudo, por Michel Pêcheux (2011 [1984]), em Metáfora e Interdiscurso , e Thomas Herbert (PÊCHEUX, 1995a), em Observações para uma Teoria Geral das Ideologias. Tentarei sustentar a hipótese de que o interdiscurso se refere à metáfora , como deslocamento do pré-construído de uma região discursiva para outra, ao passo que a metonímia , como imposição de outro efeito a partir de uma “parte” do objeto discursivo, organiza, por meio do discurso transverso, outra rede de sentido e, por isso, outro eixo de memória. Para a construção do percurso, amparo-me nos casos de ‘toupeira’ e de ‘incêndio’ (retirados de Michel Pêcheux) e discuto o caso de ‘Deus’.
Metáfora; interdiscurso; metonímia; memória; discurso transverso