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ILUMINISMO E NARRATIVA HUMANITÁRIA NA OBRA BOSQUEXO DEL EN ESCLAVOS Y REFLEXIONES SOBRE ESTE TRÁFICO CONSIDERADO MORAL, POLÍTICA E CRISTIANAMENTE (1814) DE JOSÉ MARIA BLANCO

ENLIGHTENMENT AND HUMANITARIAN NARRATIVE IN THE WORK BOSQUEXO DEL EN ESCLAVOS Y REFLEXIONES SOBRE ESTE TRÁFICO CONSIDERADO MORAL, POLÍTICA E CRISTIANAMENTE (1814) BY JOSÉ MARIA BLANCO

RESUMO

O presente artigo3 3 Desdobramento dos resultados de pesquisa desenvolvida na Universidade de Granada, com o apoio do Programa de Mobilidade de professores brasileiros na Espanha da Fundación Carolina. propõe-se a demonstrar como o intelectual espanhol José Maria Blanco y Crespo (1775 - 1841) utilizou no seu libelo abolicionista acima citado uma técnica literária, conhecida como narrativa humanitária, derivada do ideário filantrópico iluminista, para sensibilizar os leitores contra o tráfico de escravos, com a intenção de despertar neles a compaixão pelos africanos transformados em mercadorias pelos agentes deste tipo de comércio. Desse modo, será defendido o argumento de que, apesar de o conteúdo crítico do seu referido libelo ser, em sua maior parte, um eco de outros textos, a forma estilística dele, a partir da qual ele articulou as críticas já conhecidas ao tráfico negreiro com os ideais humanitários então em voga, é um exemplo do discurso sentimental da filosofia moral iluminista. Assim, seu Bosquexo del en esclavos... pode ser considerado uma expressão literária do processo histórico da reinvenção moderna das emoções consolidada pelo Iluminismo, porque mobilizou uma gama de vocabulário para estruturar uma linguagem emotiva destinada a criar um elo, a partir do sentimento humanitário, de solidariedade entre leitores e o sofrimento de pessoas alheias à sua realidade social 4 4 Portanto, trata-se de um estudo sobre uma técnica literária, a narrativa humanitária, e sua possibilidade de ter sido usada para dar forma a textos críticos à continuidade do tráfico atlântico de africanos, criada pela situação histórica inaugurada pela emergência do abolicionismo, tendo como referência conceitual o texto de Laquer (1992) e como arcabouço metodológico o texto de Skinner (1996). .

PALAVRAS-CHAVE:
Iluminismo; narrativa humanitária; combate ao tráfico de escravos

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