Resumo
Este artigo trata da fuga de menores de idade das casas familiares de Fortaleza, do final do século XIX ao século XX. As casas de tutores e empregadores constituíram-se em espaços de correção pelo ethos do trabalho; tal “ortopedia social” se dava a partir do habitus senhorial, herança das relações senhoriais da escravidão, tecidas no âmbito doméstico. Mas, os menores provaram ser capazes de agir por si mesmos, de fazer escolhas e promover rupturas, ainda que pontuais, nos laços parternalistas constituídos no cerne das famílias tutoras numa conjuntura social compreendida entre o fim da escravidão e o contexto do imediato pós-Abolição.
Palavras-chave:
Menores; fugas; trabalho infantil; Fortaleza