Resumo:
O Rio Quango tem sido visto há muito tempo como o limite do acesso dos traficantes de escravos às principais fontes de cativos no interior de Angola, a maior região de embarque de escravos para as Américas. Contudo, não há estimativas sobre o tamanho e a distribuição dessa enorme migração. Este artigo examina registros de africanos libertados de Cuba e Serra Leoa disponíveis no Portal Origens Africanas para estimar o número de escravos provenientes daquela região em particular durante o século XIX além da sua distribuição etnolingüística. Ele demonstra que cerca de 21 porcento dos escravos transportados de Angola naquele período vieram de além Quango, sendo a maioria oriunda dos povos luba, canioque, e suaíli. O artigo também analisa as causas dessa migração, que ajudou a transformar a diáspora africana para as Américas, especialmente para o Brasil e Cuba.
Palavras-chave:
Tráfico transatlântico de escravos; Origens; Angola; Brasil; Cuba