Resumo
Em regiões agrícolas onde há insuficiência de chuva para o cultivo, entender a dinâmica das águas, superficiais e subterrâneas, é fundamental para avaliar o impacto do crescente bombeio de poços sobre o balanço hídrico. O Oeste do estado da Bahia-Brasil, maior área de agronegócio do estado, experimenta uma progressiva ocupação a partir da década de 80, ocasionando pressão sobre os recursos hídricos, principalmente após a introdução da irrigação, e já apresentando conflitos entre usuários das águas. Objetivou-se neste trabalho, analisar os efeitos da extração de águas subterrâneas por poços em uma porção do Sistema aquífero Urucuia. A metodologia utilizada foi a simulação de fluxo hídrico subterrâneo em regime estacionário para três cenários: i) sem bombeio; ii) com bombeio atual e; iii) com 60% a mais de extração por poços. Após definição das vazões de produção dos poços atuais (4,6 m3 s-1) e da modelagem da geometria da base do aquífero (espessura máxima de 535 m), os modelos estacionários sem bombeio e com bombeio mostram que, a longo prazo, o armazenamento de água subterrânea diminui em 2 km3 (rebaixamento médio no aquífero de 0.8 m) sem interferências na direção de fluxo regional. O balanço de massa mostra que o fluxo de base dos rios principais é reduzido em aproximadamente 6% após a extração de água subterrânea atual e mais 2,5% após acréscimo de extração. Resultados apontam para um impacto maior sobre rios, causado por uma redução no armazenamento e fluxo de base. Os estudos indicam a importância de manter e expandir a rede de monitoramento dos níveis d´água.
Palavras-chave:
fluxo de base; regime estacionário; simulação numérica de fluxo.