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Qualidade da água bruta da Bacia do Guandu do estado do Rio de Janeiro na crise hídrica de 2020

Resumo

No início do ano de 2020, cerca de 9 milhões de habitantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro dependente do Sistema Guandu, vivenciaram uma crise no abastecimento de água, recebendo água com gosto e odor. Este trabalho apresenta os resultados das análises sobre a qualidade sanitária da água bruta, captada por esse sistema, em dois momentos distintos durante a crise hídrica, quanto à presença de cianobactérias através de estudos de metagenômica, e de cianotoxinas na água bruta, através da quantificação de cianotoxinas, microcistina (MC) e saxitoxina (SXT) por ELISA. Foram realizadas análises de parâmetros de qualidade da água bruta, através da determinação dos níveis de coliformes totais e de Escherichia coli e de alguns parâmetros físico-químicos. A água bruta captada nos dois períodos apresentou níveis de Escherichia coli acima da faixa de valores máximo permitidos (VMP) descritos na Resolução 357/2000 do CONAMA, assim como o valor de MC em uma amostra de filtro. Os parâmetros físico-quimicos analisados e os níveis de SXT estavam em conformidade com essa resolução. O gênero de cianobactéria mais abundante no período crítico foi o Planktothricoides sp. Desta forma, é necessária a implementação do saneamento básico nas cidades a montante do ponto de captação de água bruta desse manancial, a fim de que eventos semelhantes aos ocorridos na crise hídrica 2020 não repitam.

Palavras-chave:
cianotoxinas; qualidade sanitária da água bruta; saúde pública

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