Estudos internacionais demonstram associações entre exposição a poluentes do ar e óbitos e internações por AVE. Entretanto, não é conhecido o perfil dessas associações no Brasil. O presente estudo tem por objetivo estimar a associação entre a exposição a poluentes do ar e as hospitalizações por acidente vascular encefálico em indivíduos residentes de um município de porte médio, Sorocaba, São Paulo, Brasil. Realizou-se um estudo ecológico de série temporal com dados de internações por diagnóstico de acidente vascular encefálico (CID-10 I.60-I.64), em indivíduos com 50 anos de idade ou mais, residentes no município de Sorocaba, durante o período de 1 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2011. Os poluentes estudados foram o material particulado, o ozônio, o dióxido de nitrogênio e o óxido de nitrogênio, controlados pela temperatura aparente. Para a análise, foi utilizado o modelo aditivo generalizado pela regressão de Poisson para o dia da internação e para até cinco dias de defasagens. Não foi possível estimar associação entre a exposição aos níveis diários do material particulado, do ozônio e do óxido de nitrogênio e internações por AVE. Mas, foi possível identificar associação entre exposição ao dióxido de nitrogênio e a internação por acidente vascular encefálico (RR= 1,004; IC95% 1,000- 1,008), para o terceiro dia de defasagem. O incremento de 10 µg m-³ nas concentrações desse poluente representou um aumento de 4 pontos percentuais no risco de internação. Assim, foi possível identificar o dióxido de nitrogênio está associado à hospitalização por acidente vascular encefálico em uma cidade de médio porte, Sorocaba.
poluição do ar; acidente vascular cerebral; série temporal; dióxido de nitrogênio