Resumo
O crescente aumento da demanda por água na produção de alimentos aponta as necessidades de se buscar fontes alternativas de abastecimento. O esgoto doméstico tratado é uma maneira de mitigar este problema, entretanto, para que possa ser utilizado na agricultura, é necessário adequá-lo às exigências legislativas. O uso do ozônio na desinfecção de efluentes domésticos vem sendo utilizado devido ao seu caráter fortemente oxidante, permitindo o ajuste de seus parâmetros ao reúso agrícola. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade sanitária e agrícola do efluente doméstico tratado com ozônio. O experimento foi realizado em bancadas de laboratório no qual foram aplicadas as dosagens: 0; 8; 15; 30; 45; e 60 mg L-1 de ozônio. O tempo de aplicação, para cada dosagem foi, respectivamente, em segundos: 0; 14; 27; 54; 81; e 108. Foram avaliados parâmetros microbiológicos, físicos e químicos: coliformes totais, Escherichia coli, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, carbono orgânico total, nitrogênio total, fósforo total, potássio, magnésio, cálcio e sódio. A ozonização não alterou significativamente as propriedades físicas e a composição química da água residuária, indicando importante vantagem em termos de potencial reúso agrícola. Entretanto, a contagem de E. coli não foi reduzida suficientemente para que o efluente possa ser utilizado na agricultura. Os resultados indicam a importância da investigação dos efeitos do ozônio na eficiência do tratamento de esgoto, buscando o entendimento das interações com o intuito de identificar dosagens e tempo de exposição ideais para tornar as águas residuárias seguras ao reúso agrícola.
Palavras-chave:
agricultura; efluente tratado; ozonização
Thumbnail
