RESUMO
O projeto museológico de Afonso Taunay do Museu Paulista, pertencente à Universidade de São Paulo desde 1963, consagrou a expografia desse museu histórico à Independência do Brasil em 1922. Indicamos as formas de elaboração de um contrato cívico entre o museu e essa data nacional. Com o ingresso de Ulpiano Bezerra de Meneses na diretoria do Museu em 1989, a instituição passou por uma guinada, com a criação de diretrizes que reorientariam o caráter museal da instituição, a partir da reavaliação crítica de seu acervo (material e visual), e do próprio edifício-monumento que sedia o Museu Paulista. Este artigo aponta algumas balizas de mudança na compreensão da instituição, a partir da qualificação das fases institucionais anteriores a Bezerra de Meneses. Pode-se ainda indicar que os pressupostos norteadores de Ulpiano de Meneses - no esforço de converter o Museu de “teatro da memória” para “laboratório da História” - desdobram-se no projeto de restauro e reinauguração do Museu do Ipiranga, em 2022, e nas reformulações dos modos de abordar a noção na obra-prima Independência ou morte!, de Pedro Américo.
PALAVRAS-CHAVE:
Museu Paulista; Independência do Brasil; Cultura visual; Políticas de memória.