RESUMO
A partir do estudo da Usina de Itatinga, uma pequena central hidrelétrica centenária situada em Bertioga, São Paulo, este artigo debate o lugar do patrimônio industrial em operação no campo da preservação do patrimônio cultural. A reflexão tem como base o registro sistemático das estruturas da usina, bem como um estudo pormenorizado de sua trajetória desde a construção até hoje. Essas análises foram elaboradas a partir de pesquisas em fontes primárias e secundárias e de uma série de levantamentos de campo e entrevistas. Tendo esse material como subsídio, foi analisado o processo de estudo de tombamento da usina em desenvolvimento no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, o que permitiu identificar e problematizar os valores que amparam a percepção de Itatinga como patrimônio cultural. Em um segundo momento a análise foi ampliada, e o trabalho se debruçou sobre a salvaguarda de estruturas industriais que mantêm suas operações no âmbito do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do já citado Conselho de Defesa e da literatura do campo da preservação do patrimônio industrial. O artigo foca os potenciais valores culturais associados a bens industriais em funcionamento, tratando da resistência ao tombamento dessa tipologia e apontando caminhos para o seu reconhecimento como patrimônio cultural.
PALAVRAS-CHAVE:
Patrimônio industrial; Patrimônio cultural; Tombamento; Usina de Itatinga