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Edição & Censura: a materialidade dos panfletos de Sir Roger L’Estrange no início dos anos 1660

Edition & Censorship: the materiality of Sir Roger L’Estrange’s pamphlets in the early 1660s

RESUMO

Sir Roger L’Estrange foi um autor, panfletista, jornalista, tradutor e censor, cujas atividades tiveram grande impacto no desenvolvimento dos sistemas de controle da imprensa no período da Restauração de Carlos II ao trono da Inglaterra. Associando seu posto de Surveyor of the Press aos seus escritos, L’Estrange perseguiu os opositores do governo por meio de suas ações repressoras e de sua ágil pena. Seus panfletos e jornais impressos dedicavam-se a denunciar os abusos cometidos por autores, impressores e livreiros sediciosos que produziam e dispersavam textos contra o rei e a igreja, visando agitar o povo a iniciar uma nova revolução. A composição de suas obras, que comumente dependia do trabalho de seu livreiro e aliado Henry Brome, era peculiar. Seus textos congregavam fontes romanas, itálicas, góticas, notas marginais e sinais tipográficos variados. Essa multiplicidade de tipos e elementos gráficos tinha profundas consequências na transmissão e compreensão de suas mensagens, pois combinavam escrita/leitura, visualidade e oralidade. Embora essa composição não fosse estranha ao gênero polêmico, empregado para combater adversários políticos e religiosos, parece-nos possível afirmar que Roger L’Estrange tinha um estilo tipográfico particular que servia aos seus objetivos repressores. Por meio da análise material e textual de seus panfletos publicados no início dos anos 1660, pretendemos discutir as implicações da função de autor-censor desempenhada por L’Estrange no contexto da Restauração.

PALAVRAS-CHAVE:
Censura; Polêmicas; Imprensa; Panfletos; História do Livro; História da Inglaterra

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