RESUMO
As deficiências motoras que ocorrem nos indivíduos com doença cerebrovascular (DCV) são prevalentes e contribuem para dependência, dor e incapacidade, o que pode atrasar a reabilitação do membro superior e sua funcionalidade. O tratamento com toxina botulínica do tipo A (BoNT-A) é indicado para a espasticidade focal e requer conhecimento da biomecánica e anatomia para melhor selecionar os músculos a serem injetados.
Objetivo:
Descrever a frequência de padrões posturais numa amostra de brasileiros com sequelas de DCV e correlacioná-los com as recomendações de seleção de músculos.
Métodos:
Cinquenta pacientes com comprometimento do membro superior devido a DCV do ambulatório de bloqueios neuromusculares foram fotografados e examinados para categorização de acordo com a Classificação de Hefter. Os músculos tratados pelos seus médicos de rotina foram obtidos a partir dos prontuários.
Resultados:
Os padrões III e IV de Hefter foram mais comuns (64,7%; 21,6%). Nós propusemos a subclassificação do padrão III de acordo com a rotação do ombro, pois isso interferiu na escolha dos músculos tratados. Os músculos tratados com maior frequência foram os adutores e rotadores internos do ombro; flexores e extensores do cotovelo; no antebraço, o pronador redondo, flexores dos dedos e do carpo e na mão, o adutor do polegar.
Conclusão:
As frequências das posições do membro superior diferiram de relatos prévios. Além da espasticidade, outros fatores interferiram na escolha dos músculos tratados, que seguiram parcialmente as recomendações da literatura.
Palavras-chave:
Transtornos cerebrovasculares; espasticidade muscular; toxinas botulínicas tipo A; reabilitação; metas