Foram estudadas prospectivamente 55 crianças que apresentaram meningite bacteriana no período neonatal, com o objetivo da analisar a frequência e o tipo de sequelas neurológicas. Todas as crianças nasceram a termo, sendo 38 do sexo masculino e 17 do feminino; a idade de início da doença variou de 3 a 28 dias. Os principais agentes etiológicos foram as enterobactérias. O tempo médio de seguimento foi 5 anos. A frequência de sequelas neurológicas foi 67,3%, representadas principalmente pelo atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (58,2%), hidrocefalia (45,5%) e convulsões (34,5%). As alterações motoras graves ocorreram em 23,6% dos pacientes (tetraplegia, diplegia, hemiparesia e ataxia). As convulsões na fase aguda da doença e a cultura positiva do líquido cefalorraqueano estiveram associadas significativamente com a presença de sequelas. Na avaliação do desempenho escolar, realizada em 25 crianças, observaram-se dificuldades na aprendizagem em 48% dos casos, associadas significativamente à deficiência mental.
recém-nascido; meningite; seguimento