Os autores apresentam quatro casos de mioclonia de origem medular. O primeiro, paciente masculino de 42 anos que, após secção traumática da medula, desenvolveu paraplegia espástica; a TC de coluna sugeriu lesão transversa parcial em T4; cinco meses após, surgiram abalos mioclônicos nos membros inferiores, especialmente à direita. O segundo paciente, mulher de 59 anos, internou-se por apresentar perda bilateral da visão e paraplegia flácida; houve remissão parcial somente do distúrbio visual; nos três meses seguintes, apresentou paraplegia espástica, com abalos mioclônicos, sem evidências de sinais de compressão medular; a imunoliberação observada no estudo do LCR sugeriu tratar-se de doença de Devic. O terceiro paciente, homem de 28 anos, usuário de drogas endovenosas e HIV positivo, internado há oito meses por mielopatia tuberculosa, apresentou mioclonias nos membros inferiores. O último paciente, homem de 75 anos com metástase medular de carcinoma de próstata, apresentou mioclonias nos membros inferiores um mês após a instalação de paraplegia. Nossos dados sugerem que diferentes processos (trauma, desmielinização, infecção e tumor) afetando a medula podem dar origem a abalos mioclônicos.
mioclonia medular; paraplegia; traumatismo raquimedular