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ANÁLISE DE LIVROS

SUBJEKTIVITÄT UND POSTMODERNE: DER DISKURS DER PSYCHOLOGIE, KLAUS-JÜRGEN BRUDER. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1903.

La importancia fundamental de este libro radica en su explicita desclaración constructivista. «Los objetos del discurso psicológico no existen independientes de éste», escribe el autor en el prólogo. No sólo influímos sobre las emociones, las pasiones y los actos por el modo como hablamos de ellos. Nuestro hablar los constituye.

Posiblemente no se aprecie la radicalidad de las consecuencias de un aserto como este sin sacar algunas conclusiones. La primera es que el modo «científico» de hablar de lo psicológico es simplmente un modo mas y en modo alguno el único. Para la medicina tendría también la aceptación de un hecho como éste incalculables consecuencias: legitimaría, esta vez «desde» la teoría, el discurso de los «no expertos».

Otra consecuencia, que ya anticipara William James, en muchos aspectos un pioneiro de la mentalidad postmoderna: la subjetividad y la objetividad existen sólo en el ámbito del discurso. Se constituyen como modos discursivos, pues en éste se junta experiencia y realidad (Erfahrung und Wirklichkeit), y tiene por tanto lo social un papel relevante en todo acto humano.

Una tercera consecuencia es la siguiente: la dependencia del discurso no equivale a una arbitrariedad del hablar. El discurso articula lenguaje y hablante, pero está determinado por estructuras de poder. No sólo importa qué se dice; también quién do dice, y por qué lo dice.

Un superficial examen de estas consecuencias convencerá a cualquiera de la importancia de este libro, sin duda ejemplar en sus planteamientos y útil en su perspectiva histórica.

Fernando Lolas

(Santiago de Chile)

NEUROPEDIATRIA. SÉRGIO ROSEIMBERG. Um volume (16 x 23 cm), com 330 páginas. São Paulo: Sarvier, 1992.

Sérgio Rosemberg, com a autoridade que lhe confere a longa experiência em Clínica Neuropediátrica e em Neuropatologia aliada a sua reconhecida capacidade como professor, publica em 1992 o interessante livro «Neuropediatria». É um livro em que se sobressai a abordagem didática, divididla em duas partes.

A primeira parte consta de 16 capítulos onde estão abordadas as grandes categorias sintomáticas, iniciando com crises convulsivas/epilepsia, sem dúvida a situação neurológica que com mais frequência preocupa o pediatra. Neste capítulo são abordados, com muita propriedade, o conceito de epilepsia; as perguntas que o pediatra se deve fazer diante de uma criança com crise; a classificação e caracterização das epilepsias) na infância; a abordagem diagnóstica e terapêutica. Neste capítulo, reserva uma parte importante para o que chamou de problemas especiais das crises convulsivas em crianças, onde discorre sobre convulsões febris, crises neo-natais e síndrome específicas que requerem tratamento especial. O segundo capítulo é reservado a um tema dos mais frequentes era clínica neuropediátrica, a Cefaléia, que está tratado de forma clara e concisa, sem perder em profundidade. Os capítulos sobre movimentos involuntários anormais e ataxia abordam estes temas de forma didática e são ilustrados com interessante casuística própria. No captíulo Paralisias. Agudas o autor discorre sobre situações relativamente frequentes, como hemiplegia, paraplegia e outras paralisias agudas, mostrando, ao lado do quadro clínico, o caminho diagnóstico e terapêutico. Nos capítulos 6, 7 e 8 discorre sobre alterações motoras crônicas, alterações da sensibilidade e dos nervos cranianos, considerando, em cada situação, as principais síndromes. O capítulo 9, sobre o recém-nascido hipotônico, coloca o tema de forma resumida mas sem perder a clareza, permitindo um rápido raciocínio. No capítulo 10 discorre sobre as alterações da forma e volume do crânio, conduzindo ao raciocínio diagnóstico e a conduta terapêutica. No capítulo 11 estão agrupadas as Encefalopatias Crônicas, divididas em Paralisia Cerebral, Deficiência Mental e Distúrbios do Comportamento, situações que podem coexistir e que tem possibilidades etiológicas semelhantes. No capítulo 12, sob o tema Involução Psicomotora, o autor é capaz de tornar menos pesada e mais didática a abordagem de 25 erros metabólicos, de acordo com a faixa etária na qual iniciam os sintomas. As alterações do estado de consciência, com destaque para a etiologia, avaliação e conduta, são abordadas sob o título Encefalopatias Agudas-Coma, no capítulo 13. Os distúrbios do sono e da vigília, situações que com muita frequência levam uma criança a consulta pediátrica, são tratados no capítulo 14. Os distúrbios da linguagem, no captíulo 15, englobam as etapas da evolução de linguagem seguindo as faixas etárias; as mais frequentes causas de comprometimento da fala e suas manifestações clínicas: Disfasias e Afasia adquirida. A primeira parte deste livro é encerrada no capítulo 16, que versa sobre Distúrbios do Aprendizado, sem dúvida, motivo que com miais frequência leva crianças em idade escolar à consulta neuro-pediátrica.

Na segunda parte, o autor discute as grandes categorias etiopatogênicas abordando: neoplasias do sistema nervoso; doenças infecciosas e parasitárias; afecções pré e peri-natais, enfatizando os distúrbios metabólicos lisossomiais, mitocondriais, peroxissomiais; as doenças desmielinizantes; as neuroectodermoses; e as afecções neurológicas decorrentes de doenças sistêmicas.

Os 5 apêndices são extremamente elucidativos para o entendimento do texto e vão desde o exame neurológico do recém-nascido e do lactente, passando pelas curvas de crescimento do perímetro cefálico até às listagens das anomalias oculares nas doenças neurológicas associadas à surdez e das lesões cutâneas associadas à doenças neurológicas.

O caráter geral e prático1 deste livro permite que sejam só 14 as bibliografias recomendadas e todas referentes a manuais de fácil acesso.

Por todos estes motivos, trata-se de um livro que há muito tempo se fazia necessário na literatura médica brasileira, por sua agilidade no auxílio ao estudo e diagnóstico das principais síndromes neurológicas da infância. Está fadado a ser o livro de consulta para os neurologistas que atendem crianças e, principalmente, para os pediatras) que com grande frequência recebem pacientes com problemas neurológicos em seu consultório.

Newra N. Tellechea Rotta

EXAME NEUROLÓGICO: BASES ANÁTOMO-FUNCIONAIS. SEBASTIÃO S. GUSMÃO & GILBERTO BELISÁRIO CAMPOS. Um volume (18,5 x 27 cm) encadernado, com 301 páginas de texto. Rio de Janeiro: REVINTER, 1992. (Livraria e Editora REVINTER Ltda., Rua do Matoso 170, 20270 Rio de Janeiro).

Ângelo Machado, ao prefaciar esta obra, dá ênfase à contribuição que traz a Neurologia Básica à Neurologia Clínica e nesta, particularmente ao exame neurológico e sua interpretação. Nesse sentido, realça ainda a importância da atuação em Neurofisiologia, durante sua fase de formação, dos autores do compêndio, ambos hoje professores de Neurologia em Belo Horizonte, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. De fato, ao longo do texto, a importância do sólido conhecimento em neurociências básicas se faz sentir na abordagem da propedêutica neurológica, à qual é voltado o compêndio. Como expressam os autores, a matéria tem sido considerada de difícil aprendizado para o estudante de medicina, muito embora seja de reconhecida importância clínica saber realizar e interpretar o exame neurológico. A seu ver, um dos motivos principais dessa dificuldade é a falta de conhecimento das correlações íntimas entre os dados do exame neurológico e da anatomofisiologia do sistema nervoso. Como apontam, e com eles plenamente concordo, a estrutura curricular do curso médico não permite, na atualidade, um imbricamento adequado do que se aprende em neurociências básicas e em neurologia. Acrescento que tal carência de imbricamento não tem despertado a necessária atenção dos encarregados dos currículos médicos em nossas escolas, nem mesmo pela simples tentativa de iniciar por atividades de ambulatório o aprendizado clínico, neste incluído o de clínica neurológica. Mesmo assim, era compensação, continuam os neurologistas buscando compensar essa falha e, neste sentido, este compêndio é brilhante em si mesmo, assim como oportuno, além de contar a chancela da excelência dos seus autores.

Oito capítulos formam o compêndio, complementados por glossário, bibliografia recomendada e índice remissivo. Precisas ilustrações aclaram a matéria, resultantes em sua maior parte do dedicado esforço de Waleska Álvares Gusmão. No Capítulo 1, Introdução, é avaliada a matéria neurológica, assim como a discriminação do raciocínio que conduz a interpretação do achado; em si, este catpítulo é preciosa fonte do pensar médico e, particularmente, retrata uma escola. Seguem-se a detalhada exposição acerca de anamnese, os estudos da motricidade e da sensibilidade de tronco e membros. As funções de extremidade cefálica (nervos cranianos) são analisadas no Capítulo 5. Linguagem, memória, praxia e gnosia são estudadas no Capítulo 6 (Funções Superiores). Seguem-se o exame neurológico do paciente em coma (Capítulo 7) e o estudo das síndromes topográficas (Capítulo 8).

Pela própria disposição da matéria, realça-se o aspecto didático da obra. Voltada ao estudante de medicina, pelo conteúdo é igualmente recomendada ao cultor da Neurologia, particularmente Residentes, Preceptores e Docentes.

Antonio Spina-França

CONDUTAS EM NEUROLOGIA 1993 . RICARDO NITRINI & LUÍS DOS RAMOS MACHADO, editores. Um volume (21,5 x 28 cm) em brochura, com 208 páginas. São Paulo: Clínica Neurológica NC/FMUSP, 1993. (Clínica Neurológica, Hospital das Clínicas FMUSP, Caixa Postal 3461, 01060-970 São Paulo).

Dado não ser tarefa fácil discriminar, das descobertas recentes, aquilo que pode ter interesse imediato na prática neurológica, a isto se propõem os responsáveis por este compêndio. De fato, Milberto Scaff com Raul Marino Jr., Aron Diament e Luiz Alberto Bacheschi devidamente assessoraram Ricardo Nitrini e Luís dos Ramos Machado, os editores que levaram a cabo a tarefa e reuniram em um só volume a experiência de toda uma escola de neurologia, aquela da Clínica Neurológica (CN) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Tal experiência foi apresentada no III Curso de Educação Continuada em Neurologia / III Encontro de Ex-Estagiários da CN/HC/FMUSP (junho-1993), em contínuo sendo apresentado o resultado «experiência X progresso — discriminação» pelos cultores da Neurologia que atualmente respondem pelos diversos setores dessa clínica. É assim que 43 dos integrantes dessa escola, de modo preciso e sintético, contribuíram para este compêndio. No todo, pela uniformidade e qualidade, salienta-se uma só e mesma matriz científica: aquela dos continuadores de Enjolras Vampré.

A matéria é distribuída em 38 capítulos sintéticos, cada qual escrito por um dos seus experts. Diagnóstico e tratamento em epilepsia, síncopes, cefaléias, algias faciais; tumores; miopatias, polimiosites; polirradiculoneurite, esclerose múltipla; acidente vascular encefálico isquêmico; infecções do sistema nervoso; doença de Alzheimer, hidrocefalo de pressão normal, delírio; convulsão febril, convulsão do recém-nascido, inadequado aproveitamento escolar; neuroimagem, biópsia estereotáxica, LCR; mielopatia cervical; tumores da hipófise, hipertensão intracraniana aguda, ferimentos cranianos por projétil de arma de fogo, síndrome pós-concussional; estado de mal epiléptico — alinham-se entre os principais temas abordados nesses capítulos.

Desde que a avaliação do progresso é fruto da experiência que se vive, para tanto este compêndio representa valiosa contribuição. Assim, encontra-se entre as publicações de cabeceira altamente recomendáveis ao neurologista, particularmente aquele de nosso meio, pois toda a matéria é analisada levando em conta recursos de que realmente podemos dispor.

Antonio Spina-França

Fechas de Publicación

  • Publicación en esta colección
    19 Ene 2011
  • Fecha del número
    Set 1993
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