Alterações hemodinâmicas e metabólicas do encéfalo ocorrem frequentemente em diversas doenças neurológicas, principalmente em condições de traumatismo cranioencefálico e acidente vascular encefálico, com vários mecanismos patofisiológicos lesionais. O desacoplamento resultante do fluxo sanguíneo e do metabolismo encefálico pode resultar em lesões encefálicas secundárias, principalmente nas primeiras fases, e, consequentemente, no agravamento do desfecho neurológico dos pacientes. Diversos fatores influenciam o fluxo sanguíneo encefálico, entre eles, a concentração sanguínea de gases, viscosidade sanguínea, temperatura corpórea, débito cardíaco, altitude, autorregulação cerebrovascular e acoplamento neurovascular, que é mediado por óxido nítrico (ON), monóxido de carbono (CO), eicosanoides, radicais livres derivados do oxigênio, endotelinas, potássio, íons hidrogênio e adenosinas. Melhor compreensão destes fatores é fundamental para o manejo clínico dos pacientes neurológicos críticos. A avaliação hemodinâmica e metabólica do encéfalo nas lesões encefálicas agudas pode contribuir para o planejamento de estratégias de redução das lesões encefálicas secundárias. Nesta revisão, os autores discutiram princípios da hemodinâmica encefálica, considerando os aspectos de importância clínica.
hemodinâmica cerebral; fluxo sanguíneo cerebral; autorregulação cerebral; acoplamento neurovascular; traumatismo encefálico; hemorragia subaracnóidea