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Pertussis in Infancy as a Cause of Behavior Disorders in Children

ANÁLISES DE LIVROS

Pertussis in Infancy as a Cause of Behavior Disorders in Children. Anna-Lisa Annell. Um volume com 222 páginas e 28 tabelas. Suplemento nº 1 de Acta Societatis Medicorum Upsaliensis. Editado por Almqvist & Wiksells Boktryckeri AB., Uppsala (Suécia), 1953. Preço: Kr 18.

A autora estudou todas as crianças com menos de 12 anos de idade que passaram pelo Departamento de Psiquiatria Infantil do Hospital Universitário de Uppsala durante os anos de 1949, 1950 e 1951, perfazendo um total de 786 casos, dos quais separou 65 que tiveram coqueluche antes dos 18 meses de idade, as quais formaram o grupo de estudo; das crianças que não tiveram coqueluche até essa idade, separou 130 casos para formar o grupo controle. A idade das crianças em estudo variou entre 2 anos e 5 meses e 11 anos e 11 meses; o grupo controle foi escolhido com a mesma distribuição etária. Todas as crianças chegaram à Clínica com queixas de distúrbios de conduta. Outro grupo controle foi usado para as crianças em idade escolar, tendo sido colhido nas escolas de Uppsala, e constituído por crianças normais, isto é, sem distúrbios de conduta. O estudo dos casos constou de anamnese e exame clínico, exame psicológico (provas de nível e eventualmente de personalidade) e, sempre que possível, de eletrencefalografia.

Foi feita comparação sistemática entre a incidência de certos sintomas físicos e mentais. Estudo estatístico muito cuidadoso mostrou haver maior incidência (diferença estatisticamente significante) de distúrbio específico da escrita no grupo em estudo. Foi encontrada maior incidência (também estatisticamente significativa), nas crianças com síndrome de lesão cerebral, de um conjunto de sintomas constituído por: sintomas neurológicos, distúrbios do comportamento motor em geral e de funções motoras delicadas, pequena capacidade de concentração, grande variação nos resultados dos testes psicológicos, crises atípicas, sintomas psicóticos e rápidas mudanças do humor. Foi encontrada também diferença estatisticamente provável para os seguintes sintomas: movimentos involuntários, defeitos da palavra, distúrbios do sono, variações no grau de apercepção e impulsividade.

Como o síndromo de lesão cerebral foi encontrado em grande número das crianças que tiveram coqueluche antes dos 18 meses de idade, a autora procurou investigar a existência, nestes casos, de outros fatôres, isto é, acidentes pré-natais e para-natais, moléstias infecciosas, traumas cranianos; só foi encontrado, em número estatisticamente significativo, o fator trauma craniano; entretanto, êste fator existia tanto nas crianças do grupo em estudo como nas do grupo controle. Não foi possível demonstrar correlação entre a gravidade da coqueluche ou a idade em que incidiu e os sintomas já citados.

A autora chega à conclusão de que a coqueluche, na primeira infância, é responsável por muitos distúrbios de conduta, principalmente os que decorrem do síndromo de lesão cerebral.

No fim do trabalho são relatadas as observações das crianças utilizadas para este estudo; entretanto e paradoxalmente, os fatos relatados nestas observações não são tão convincentes quanto os dados estatísticos, pois apenas em poucos casos a coqueluche pôde ser considerada como único fator passível de determinar lesão cerebral, com conseqüente sintomatologia.

Dulce C. Marcondes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Abr 2014
  • Data do Fascículo
    Mar 1956
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