A ressecção de processos expansivos em áreas relacionadas à fala pode causar morbidade severa de linguagem. A realização de procedimentos cirúrgicos sob anestesia local e mapeamento intra-operatório das áreas relacionadas à linguagem pode ser empregada para minimizar estes deficits. Seis pacientes com tumores da área de Wernicke foram mapeados (2 astrocitomas de baixo grau, 1 ganglioglioma, 1 xantoastrocitoma, 1 metástase, 1 glioblastoma). Sua apresentação clínica incluía epilepsia (n=4) e disfiasia de compreensão (n=2). Após infiltração dos planos superficiais com anestésico local e craniotomia, procedia-se à estimulação com eletrodo unipolar do córtex temporal amplamente exposto, com testagem simultânea de linguagem, principalmente compreensão e fala sequencial. Após o mapeamento, elegia-se a melhor via de acesso de modo a evitar a área mapeada. Em 5 casos a ressecção foi completa e em 1 parcial (glioblastoma). Em 1 caso houve piora transitória (10 dias) de déficit pré-existente de compreensão e expressão (glioblastoma). Em 3 casos as áreas da fala haviam sido deslocadas: posteriormente (n=2) ou em direção suprasilviana (n=l). Procedimentos cirúrgicos com anestesia local são seguros e podem evitar distúrbios pós-operatórios de linguagem em pacientes com tumores próximos à área de Wernicke.
tumores cerebrais; epilepsia; área de Wernicke; mapeamento cortical