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Miastenia gravis na infância: estudo de 18 pacientes

A miastenia gravis (MG) em crianças é rara e perfaz 10 a 20% dos pacientes com a doença. Relatamos 18 pacientes cujo início dos sintomas ocorreu até os 12 anos de idade, acompanhados na Disciplina de Neurologia da UNIFESP-EPM de janeiro de 1983 a agosto de 1997. Eram 10 meninas e 8 meninos (1,2:1,0). Doença generalizada moderada ou grave ocorreu em 11 crianças (61%) e 4 (22%) tiveram pelo menos uma crise miastênica. A eletroneuromiografia com estimulação repetitiva foi diagnóstica em 8 (47%) de 17 pacientes e a tomografia computadorizada do tórax não demonstrou aumento do timo em 14 pacientes. A positividade para o anticorpo anti-receptor da acetilcolina foi de 81,6% nos 11 pacientes testados e seu nível não se correlacionou com a gravidade dos sintomas. Nove dos 16 pacientes (56%) acompanhados apresentou evolução com piora tendo sido utilizada prednisona e 4 destes (25%) pioraram apesar desta terapia e foram submetidos a timectomia. Das quatro pacientes timectomizadas (todas com hiperplasia folicular linfóide do timo), 3 (75%) melhoraram e uma (25%) continuou piorando tendo sido medicada com imunoglobulina endovenosa e azatioprina. O tratamento da MG deve ser individualizado para cada criança para chegar-se o mais próximo de uma atividade de vida diária plena.

miastenia gravis; criança


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