Mielopatia associada ao HTLV-I / paraparesia espástica tropical (MAH/PET) é possivelmente a mielopatia crônica progressiva mais comum no Brasil. Apresentamos o caso de um homem de 53 anos que, a despeito de preencher critérios clínicos e sorológicos para MAH/PET, exibia à ressonância magnética de coluna evidências de siringo-hidromielia de níveis C6-C7 e D2-D7, além de malformação de Chiari tipo 1. Acreditamos que o quadro clínico seja devido à MAH/PET e não à siringo-hidromielia, esta, possivelmente, assintomática. Este caso demonstra que dados sorológicos e de neuroimagem devem sempre ser utilizados judiciosamente para o diagnóstico final de pacientes com suspeita de ambas as enfermidades. Concluímos que, particularmente em locais onde o HTLV-I seja endêmico, todo paciente com paraparesia espástica, mesmo com evidências radiológicas de lesão estrutural medular, deva ser submetido a avaliação sorológica para o HTLV-I. O quadro clínico deverá ser prioritário no estabelecimento do diagnóstico final.
HTLV-I; paraparesia espástica tropical; siringomielia; hidromielia; ressonância magnética; diagnóstico diferencial