Nas septicemias por Candida, a localização encefálica é rara, e apenas quatro casos isolados foram publicados no Brasil. Os AA. apresentam cinco observações anátomo-clínicas de candidíase do sistema nervoso central, diagnosticadas somente pela autópsia. Quatro dos pacientes eram adultos e apenas uma criança foi estudada. Todos eram portadores de uma ou mais doenças de base e foram submetidos à terapêutica antibiótica múltipla e prolongada. Os sintomas neurológicos eventualmente atribuíveis à infecção fúngica limitaram-se a convulsões em um caso e rigidez de nuca em outro. Em nenhum as lesões assumiram gravidade suficiente para serem responsabilizadas como causa imediata da morte. Revelaram-se múltiplas e microscópicas em três pacientes, com caráter exsudativo e granulomatoso; macroscópicas em um caso, com aspecto necro-hemorrágico. Na criança, dois granulomas apenas foram observados. O agente etiológico foi identificado como Candida, nos cortes histológicos, pela técnica de impregnação argêntica de Grocott. Os autores discutem a patogênese e a anatomia patológica da candidíase sistêmica, bem como seu diagnóstico clínico-laboratorial e a terapêutica. Os achados clínicos e an átomo-patológicos dos presentes casos são analisados à luz da literatura, enfatizando que a incidência de monilíase sistêmica no Brasil deve ser muito superior ao sugerido pela escassa casuística nacional.