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Evolução espontânea da aterosclerose carotídea extra craniana em indivíduos assintomáticos: estudo prospectivo de três anos

OBJETIVO: avaliar a evolução espontânea da aterosclerose carotídea. MÉTODO: estudo prospectivo com pessoas de ambos os sexos, idade de 40 a 70 anos, sem sinais e sintomas de doença cerebrovascular e sem os principais fatores de risco para aterosclerose. Foram excluídos os doentes que estavam em uso ou os que, durante o período de acompanhamento, usaram medicações que potencialmente pudessem influir no curso espontâneo da aterosclerose. As avaliações da placa e do grau de estenose foram obtidas por ultrassonografia com Doppler (USG). Investigou-se separadamente a presença de placa e o grau de estenose. O seguimento foi feito por 36 meses, com exame clínico, neurológico e novo USG repetidos com intervalo de 6 a 8 meses. Completaram o estudo 96 indivíduos (48 mulheres) quanto à presença da placa e 52 (26 mulheres) quanto ao grau de estenose. RESULTADOS: Quanto ao grau de estenose, 25% dos indivíduos pioraram, 69% permaneceram estáveis e 6% melhoraram. Quando se considerou apenas a presença ou ausência da placa, 20% pioraram (desenvolveram placa durante o seguimento), 7% melhoraram (desaparecimento da placa) e 73% permaneceram estáveis. Não houve diferença em relação ao sexo. CONCLUSÃO: Estes resultados confirmam as características dinâmicas da placa. Em indivíduos assintomáticos e sem tratamento específico, a melhora espontânea ocorre, porém é pequena. Estes dados podem contribuir para auxiliar na tomada de uma decisão, em doentes de alto risco.

aterosclerose; estenose; carótidas; doença cerebrovascular


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