Foram estudados 1.217 pacientes epilépticos, adultos em sua maioria, sem alterações neurológicas focais e sem sinais de hipertensão intracraniana. Foram utilizados, para o tratamento, apenas os medicamentos mais difundidos em nosso meio. O estudo foi feito em relação à idade de início da doença, ao tempo de doença e à frequência das crises epilépticas. Quanto à evolução dos casos estudados relativamente à idade de início da doença, o autor concluiu que a evolução foi pior nos casos cuja moléstia teve início na primeira década; considerados apenas os casos desse grupo, aqueles cujas crises se instalaram no primeiro ano de vida não tiveram pior evolução; nos casos em que a doença se manifestou após os 10 anos, a idade de início não influiu sobre a evolução. O estudo da evolução relativamente ao tempo de doença permitiu ao autor concluir que quanto maior o tempo de doença, menores os índices de remissão. No que se refere às influências da severidade da epilepsia no seu prognóstico, o autor concluiu ser tanto menor a probabilidade de remissão do quadro quanto mais freqüentes as crises (30,5% de remissão nas formas mais severas contra 47,6% nas formas benignas). Finalmente, levando em conta a má evolução de alguns casos com formas iniciais da doença, atendidos e orientados precocemente, o autor admite a existência de fatores imponderáveis e imprevisíveis que exercem influência negativa no prognóstico das epilepsias.