Acessibilidade / Reportar erro

Análises imuno-histoquímica e histopatológica da inervação cutânea para aumento da eficácia diagnóstica nas lesões de pele da hanseníase

Resumo

Antecedentes

A hanseníase pode ter o seu diagnóstico histopatológico dificultado quando bacilos álcool-ácido resistentes não são encontrados nas amostras de pele dos pacientes.

Objetivo

Demonstrar que uma análise morfológica detalhada de alterações histopatológicas dos nervos dérmicos pode aumentar a eficácia diagnóstica.

Métodos

Foram selecionadas amostras de pele de pacientes com uma a cinco lesões suspeitas de hanseníase. Os casos selecionados foram classificados conforme achados histopatológicos: hanseníase (HD, n = 13), casos inconclusivos (INC, n = 11), e outras doenças (OD, n = 11). Quantificamos as lesões dos nervos cutâneos por meio do índice de lesão de nervos (nerve lesion index, NLI, em inglês) e do índice quantitativo de axônios (axon quantitative index, AQI, em inglês) imunorreativos a PGP9.5 nos nervos cutâneos. Também medimos o envolvimento inflamatório dos anexos em amostras de pele como evidência indireta de hanseníase.

Resultados

Foram observadas no grupo HD medianas mais altas do NLI com relação a infiltrados inflamatórios endoneurais (HD = 0,5; INC = 0; OD = 0; p < 0,001) e mais alta frequência de acometimento inflamatório de anexos cutâneos (HD = 7; INC = 1; OD = 0). Entretanto, as amostras dos grupos INC e OD também mostraram comprometimento inflamatório e não inflamatório dos nervos cutâneos, com 2 ou mais tipos de alterações de nervos na mesma amostra (respectivamente: INC = 1 e 2; OD = 3 e 5). Não houve diferença significativa na quantidade de axônios endoneurais imunorreativos a PGP9.5 entre os grupos.

Conclusão

A análise morfológica detalhada dos nervos cutâneos em lesões suspeitas de hanseníase permitiu selecionar pacientes com lesões inespecíficas inflamatórias ou não inflamatórias nos nervos dérmicos nos grupos INC e OD, para que sejam monitorados clinicamente visando um possível diagnóstico futuro da doença. Esses pacientes INC e OD não podem ter o diagnóstico de HD definitivamente excluído, e a hanseníase pode coexistir com outra doença como uma comorbidade.

Palavras-chave
Hanseníase; Diagnóstico Diferencial; Imuno-histoquímica; Fibras Nervosas

Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org