Desde a aplicação de métodos eletrofisiológicos cedidos pelo laboratório de EEG ao estudo de seres humanos enquanto dormem, a medicina de distúrbios do sono adquiriu organização necessária para ser aceita na clínica moderna. Embora ainda em evolução, a ciência médica do sono está se tornando cada vez mais ligada às funções do cérebro, construindo no território da neurologia uma parcela que lhe é própria, a neurossonologia. Pacientes encaminhados a especialistas em desordens do sono são submetidos a avaliação inicial que inclui exames clínico geral e neurológico e, quando indicado, exames especializados. No laboratório de sono, os pacientes são submetidos a registros polissonográficos noturnos e diurnos que abrangem: atividade elétrica cerebral, movimentos oculares, tono muscular, eletrocardiograma, movimentos dos membros, respiração, oximetria e, em circunstâncias especiais, tumescência do pênis. O registro é feito por técnico devidamente treinado e a interpretação final, pelo polissonografista clinico. O diagnóstico é discutido por equipe multidisciplinar e as recomendações são dadas pelo especialista em desordens do sono, em consulta posterior. A conduta terapêutica pode abranger higiene do sono, suporte psicológico, tratamento farmacológico, assistência ventüatória e intervenções cirúrgicas.