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Eu preferiria estar morto: avaliando a ideação suicida em pessoas com epilepsia

Resumo

Antecedentes

É sabido que o risco de comportamento suicida é elevado em pessoas adultas com epilepsia (PCEs); entretanto, ainda são discutidos quais são os fatores clínicos e psicossociais associados.

Objetivo

Avaliar o risco de suicídio em PCEs e relacioná-lo com a resiliência e a qualidade de vida (QV) e com as variáveis clínicas.

Métodos

Foi relacionado o item - “Eu preferiria estar morto” do inventário de depressão em transtornos neurológicos para a epilepsia (IDTN-E) com a escala de resiliência, os aspectos clínicos, a presença de depressão e com o inventário de qualidade de vida na epilepsia (QOLIE-31) de PCEs, com p < 0.05.

Resultados

Foram avaliados 271 PCEs, 50.6% dos quais eram do sexo feminino. A idade média foi de 46.6 (± 15.8) anos, e idade na 1ª crise 24.1 (± 18.5) anos. O risco de suicídio ocorreu em 50 (19.3%) casos. Na regressão logística múltipla, os fatores que explicaram o maior risco de suicídio foram o sexo feminino, a depressão, e os menores escores no QOLIE-31 e na escala de resiliência. Na árvore de classificação e regressão, a ordem de importância das variáveis foi depressão > resiliência > idade > QV > idade na 1ª crise.

Conclusão

O risco de suicídio foi elevado e associou-se com aspectos demográficos, variáveis clínicas, a QV e a resiliência. O maior risco de suicídio associou-se à menor resiliência, independente da presença de depressão. Na presença de depressão, o maior risco de suicídio associou-se ao início precoce da epilepsia. Na ausência de depressão, o risco de suicídio associou-se à baixa QV em adultos jovens.

Palavras-chave:
Epilepsia; Suicídio; Resiliência Psicológica; Qualidade de Vida

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