RESUMO
Introdução:
Cerca de 50% dos pacientes com neuralgia do trigêmeo não apresenta benefícios a longo prazo com o uso de medicação oral. Para a manutenção do tratamento, algumas opções cirúrgicas estão disponíveis, sendo a compressão percutânea por balão (CPB) e a descompressão microvascular (DM) algumas das modalidades mais realizadas em todo o mundo. Neste estudo retrospectivo, apresentamos os desfechos dessas técnicas por meio de estimativa da melhora inicial da dor e da taxa de recorrência subsequente.
Métodos:
Trinta e sete pacientes com dor trigeminal refratária ao tratamento medicamentoso tratados cirurgicamente no Hospital Cajuru, Curitiba, Brasil, com CPB, DM ou ambos entre 2013 e 2018 foram incluídos neste estudo retrospectivo. A taxa pós-procedimento para alívio e recorrência da dor e suas associações com a demografia e desfechos dos pacientes foram analisadas.
Resultados:
A DM foi associada a menor recorrência que a compressão por balão. Entre os 37 pacientes, a idade média foi de 61,6 anos, aproximadamente um terço eram do sexo masculino e a maioria apresentava neuralgia do tipo I. O ramo mais afetado foi o maxilar (V2). O tempo de recorrência após a cirurgia foi em média de 11,8 meses para CPB e 9,0 meses para DM. Foram vistas complicações apenas na microcirurgia.
Conclusões:
A DM apresentou recidiva mais precoce da dor em comparação à CPB. Além disso, apresentou uma taxa de recorrência mais alta do que a descrita na literatura, o que é possivelmente explicado pelo tipo de enxerto (músculo) usado para separar as estruturas neurovasculares.
Palavras-chave:
Cirurgia de Descompressão Microvascular; Neuralgia do Trigêmeo; Dor Intratável