Foram analisados 45 casos de neurocisticercoee (NC) no Serviço de Neurologia do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da UFES, observados de janeiro-1987 a janeiro-1989, submetidos a protocolo de investigação clínica, laboratorial (LCR) e radiológica (TC e, auando necessário, RM). O protocolo foi aplicado em todo paciente que apresentou suspeita clínica de NC: epilepsia parcial, meningite asséptica e síndrome de hipertensão intracraniana (SHIC). O diagnóstico de NC foi estabelecido por no mínimo dois dos critérios do protocolo proposto. Foram obtidos dados referentes a sexo, idade, forma clínica, quadro do LCR, e radiológico (TC e RM), tratamento e evolução clínica. Não houve variação quanto ao sexo e as idades variaram dos 3 aos 67 anos. O tempo de seguimento foi de dois anos, que demonstrou o cfjráter rocidivante da NC. As formas clínicas mais comuns foram a hipertensiva (51%), a epiléptica (48%) e a menlngltica (8,8%). O RX de crânio mostrou presença de calcificações (28%), erosão da sela turcica (8%); na TC evidenciamos calcifi-cações (47,3%), cistos (56%), granulomas (24,9%), hidroesfalia (34,2%); em um caso a mielognafia mostrou bloqueio a nível de T8 -T9 . O exame do LCR mostrou: pleocitose linfomononuclear (66%), eosinófilos (34%), plasmócitos e/ou mrxrófagos (38%), hiperproteinomaquia (42%); as rtações de fixação de complemento (65,2%), imunofluorescência (43,7%) e ELISA (31,2%) foram positivas em pelo menos uma vez em cada caso. Tratamento específico foi realizado com praziquantel (50 mg/kg/dia por 21 dias) associado ou não a corticóide (12 mg/dia). Tratamento cirúrgico (derivação ventrical o-peritoneal e/ou ressecção do cisto) foi realizado quando havia cisto intraventricular, cisto único cortical, cisto medular e SHIC severa. Após este estudo, podemos considerar r NC patologia endêmica no Estado do Espírito Santo.