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Monitorização da pressão intracraniana em pacientes tratados com hemicraniectomia descompressiva por acidente vascular cerebral maligno de artéria cerebral média: correlações clínicas e terapêuticas

RESUMO

Craniectomia descompressiva (CD) reduz a mortalidade e melhora o desfecho em pacientes com infartos malignos de artéria cerebral média (ACM). O papel da monitorização da pressão intracraniana (PIC) após CD para infartos malignos de ACM não está bem estabelecido.

Métodos:

Avaliamos pacientes consecutivos internados em um hospital terciário com infartos malignos de ACM de outubro/2010 a fevereiro/2015 tratados com CD e submetidos à monitorização da PIC. Foram comparados pacientes com e sem episódios de elevação de PIC.

Resultados:

Quatorze pacientes (idade média 49,0 ± 12,4 anos, 42,9% do sexo masculino) foram avaliados. Dez pacientes (71,4%) tiveram pelo menos um episódio de elevação da PIC nos primeiros sete dias após a cirurgia. A PIC máxima média foi de 26,71 ± 11,64 mmHg. Os níveis máximos de PIC não apresentaram correlação com a idade, o tempo de hemicraniectomia ou com a pontuação na Escala de Coma de Glasgow na admissão, mas houve tendência a ser correlacionada com a pontuação da National Institutes of Health Stroke Scale na admissão (p = 0,1). Ventriculite ocorreu em 21,4% dos pacientes.

Conclusões:

Os episódios de aumento da PIC foram comuns em pacientes tratados com CD por infarto maligno de MCA e ventriculite foi evento adverso frequente nesses pacientes. Portanto, as implicações da monitorização da PIC sobre o resultado funcional, bem como os riscos e benefícios do procedimento, devem ser melhor estabelecidos.

Palavras-chave:
infarto cerebral; craniectomia descompressiva; hipertensão intracraniana

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