A atenção dada à profilaxia da neurocisticercose (NC) encontra-se aquém do mínimo necessário em várias regiões do terceiro mundo, motivo pelo qual nelas a incidência da doença continua alta. Esta investigação foi feita para mostrar a importância do problema pela análise da incidência da NC em uma região do Brasil (São Paulo). Para tanto foram considerados os dados de um laboratório de neurodiagnóstico em que o imunodiagnóstico de NC é baseado na detecção de anticorpos a Cystioercus cellulosae no líquido cefalorraqueano (LCR). Os casos estudados no período de 63 anos (1929-1962) são revistos. O número de casos nesse período foi 139.000, o diagnóstico sendo NC em 1.573 deles (1,13%). Não foram encontradas características especiais de prevalência para cor e idade. A prevalência quanto a faixa etária se encontra entre 21 e 40 anos de idade (55,3%), sendo maior para mulheres entre 21 e 30 anos de idade e, pana homens entre 31 e 40. A distribuição dos casos em 5 décadas consecutivas (1942-1991) não mostra tendência a decréscimo: a incidência média foi 1% para os 50 anos, encontrando-se acima da média a incidência nas 3 últimas décadas. Esses dados confirmam que a incidência se mantém expressivamente alta nos 50 anos abrangidos pelo estudo.
cisticercose; sistema nervoso central; líquido cefalorraqueano; imunodiagnóstico; incidência