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Correlação entre biópsia muscular e eletromiografia: estudo de 100 casos

A fim de verificar qual a correlação entre uma biópsia muscular e a eletromiografia quando um único músculo é estudado, bem como verificar a possibilidade de evitar eletromiografias extensivas e dolorosas em determinadas doenças, foram investigados 100 pacientes com doenças neuromusculares (58 com miopatias primárias, 32 doenças que determinam desinervação e 10 distrofias miotônicas). Todos os casos foram submetidos a eletromiografia quantificada (EMG) e a biópsia muscular (BM), utilizando técnicas de colorações a fresco e pela histoquímica, realizadas no mesmo músculo, mas em lados opostos do paciente. A EMG foi anormal em 98% e a BM in 93% dos casos. A EMG e a BM tiveram concordância de 84,3% nas doenças neurogênicas e 84,77% nas miopatias primárias. Foi obtida correlação de 80% entre a EMG e a BM em todos os casos, com relação à patogenia do processo (p<0,01). A EMG teve 5% de inconsistências e a BM 11%, em relação ao diagnóstico patogênico. Quando a distrofia miotônica foi separada das miopatias primárias e dos processos que determinam desinervação, uma concordância completa foi encontrada entre todas as BM e a EMG mostrou inconsistências somente em 3,4% das doenças que determinam desinervação e 3,1% das miopatias primárias, sugerindo que a distrofia miotônica deva ser classificada em um grupo separado (neuromiopatias). Os autores discutem os dados encontrados em relação à literatura existente e concluem que, dependendo da avaliação clínica, é possível submeter os pacientes a somente um dos procedimentos (geralmente a BM), utilizando ambos os procedimentos somente nos casos em que não foi possível chegar a um diagnóstico, sendo então examinados diversos músculos na EMG.


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