Estudando as alterações da sensibilidade conseqüentes à isquemia experimental, foi notado, mais uma vez, o fato já descrito de que as isquemias produzidas por compressão, ao nível da porção proximal do antebraço e do punho, não ocasionam perturbações da sensibilidade, idênticas às verificadas em compressões do têrço superior do braço. Com o intuito de estudar tal problema, efetuamos uma série de auto-experiências e as repetimos em outros. A técnica empregada foi fundamentalmente idêntica à de Lewis e Pochin; a circulação foi bloqueada em diferentes níveis dos membros, usando-se para isso o manguito de um tonômetro, a uma pressão de 200 mm/Hg. Sob o manguito, no entanto, era colocado um coxim de modo a comprimir quer o nervo mediano ou o ulnar, logo abaixo do cotovelo ou ao nível do punho, ou, então, o nervo tibial, no cavo poplíteo. Contornando, assim, o problema da dificuldade de compressão adequada dos nervos por causa de suas situações diversas nos segmentos proximais e distais dos membros, foram observadas em tôdas as nossas experiências perturbações de sensibilidade, limitadas ao território do nervo comprimido e idênticas às verificadas em compressões efetuadas na porção proximal do braço. Verificamos, portanto, que a compressão adequada do nervo é um fator essencial para o desencadeamento das parestesias isquêmicas e pós-isquêmicas.