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Leucoencefalopatia posterior reversível associada a transplante de medula óssea

A síndrome de leucoencefalopatia posterior reversível (SLPR) tem sido descrita em pacientes com insuficiência renal, eclâmpsia, encefalopatia hipertensiva e em pacientes que recebem terapia imunossupressora. O mecanismo pelo qual os agentes imunossupressores podem causar a síndrome ainda não são conhecidos, porém estão provavelmente relacionados aos efeitos citotóxicos destes agentes no endotélio vascular. Relatamos oito pacientes que receberam ciclosporina A (CSA) após transplante de medula óssea alogênico ou para tratamento de anemia aplástica severa e que desenvolveram a SLPR. Os sinais e sintomas mais comuns foram convulsões e cefaléia. A disfunção neurológica ocorreu simultaneamente ou precedida por elevação da pressão arterial sistêmica e disfunção renal aguda em seis pacientes. O exame de tomografia computadorizada do crânio demonstrou a presença de áreas de baixos valores de atenuação na distribuição da substância branca, envolvendo áreas posteriores de ambos os hemisférios cerebrais. O quadro clínico e as anormalidades tomográficas foram reversíveis; a melhora ocorreu em todos os pacientes em que as doses de CSA foram reduzidas ou quando a droga foi retirada. A SLPR pode ser considerada uma expressão de neurotoxicidade da CSA.

complicações neurológicas; ciclosporina A; transplante de medula óssea


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