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Catastrofização se relaciona ao paciente e não à gravidade da enxaqueca

RESUMO

Antecedentes:

A catastrofização é um aspecto psicológico da dor, alterando sua percepção e expressão.

Objetivos:

Investigar o fenômeno da catastrofização na enxaqueca.

Métodos:

Pesquisa online com indivíduos que sofrem de crises de enxaqueca pelo menos duas vezes por mês, por pelo menos um ano. O sigilo foi assegurado. O participante dava detalhes de sua dor de cabeça (incluindo escala de dor analógica visual) e respondeu à Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar e à Escala de Catastrofização.

Resultados:

A pesquisa identificou 242 indivíduos com ataques de enxaqueca pelo menos duas vezes por mês. Os escores medianos observados neste grupo de indivíduos foram 7 para dor, 11 para ansiedade, 7 para depressão e 2 para catastrofização. Catastrofização não teve correlação com a duração (p=0,78) ou intensidade (p=0,79) da dor na crise de enxaqueca. Não houve correlação entre catastrofização e frequência de crises (p=0,91) ou quantidade mensal de medicação usada para tratar a cefaleia (p=0,85). Foram identificados escores elevados para catastrofização (≥3,0) em um terço dos participantes. Esses escores elevados não foram associados à idade, duração da dor de cabeça, gravidade da dor, frequência de ataques e traços de depressão ou de ansiedade. Houve moderada associação entre casos com concomitante depressão e ansiedade e catastrofização.

Conclusões:

A catastrofização parece ser um traço do indivíduo e parece não estar relacionada às características da enxaqueca.

Palavras-chave:
Cefaleia; Enxaqueca; Catastrofização; Dor

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