RESUMO
Frente ao desafio diagnóstico da síndrome das pernas inquietas/doença de Willis-Ekbom (SPI/DWE) pelos profissionais de saúde e também seu reconhecimento pelos pacientes, os critérios de diagnóstico vêm sendo revisados e atualizados para facilitar a identificação dessa doença, porém, em estudo anterior, observamos que o autodiagnóstico da SPI/DWE depende do próprio nome utilizado para descrevê-la.
Objetivo:
Verificar se a presença do quinto critério do International Restless Legs Syndrome Study Group (IRLSSG) é necessária para o diagnóstico da SPI/DWE quando utilizamos apenas a expressão/denominação DWE.
Métodos:
Distribuímos aleatoriamente 705 formulários solicitando a médicos recém-formados que avaliassem se eles tinham DWE. Em um tipo de questionário, excluímos o quinto critério diagnóstico sugerido pelo IRLSSG e no outro mantivemos os cinco critérios. Em nenhum formulário apresentamos o termo SPI, apenas DWE.
Resultados:
Setecentos e cinco médicos recém-formados participaram do estudo. Dentre os 332 médicos que receberam o formulário sem o quinto critério, 8 (2,41%) autodiagnosticaram-se com DWE (IC 95%: 0,8%-4,1%). Trezentos e setenta e três médicos receberam o formulário com os 5 critérios do IRLSSG (2014) e 9 (2,41%) autodiagnosticaram-se como tendo DWE (IC 95%: 0,8%-4,0%) (p > 0.05).
Conclusão:
Nossos dados mostraram que a presença do quinto critério do IRLSSG não influenciou a realização do autodiagnóstico da DWE entre médicos recém-formados, sugerindo que a denominação DWE reduz a chance de condições confundidoras serem tomadas como sintomas desta doença. Este achado está de acordo com dados anteriores, onde mostramos que o autodiagnóstico da SPI/DWE é dependente da denominação utilizada para descrever a doença.
Palavras-chave:
Síndrome das pernas inquietas; doença de Willis-Ekbom; diagnóstico