RESUMO
Antecedentes:
Considerando a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em decorrência da infecção pelo coronavírus, o governo federal brasileiro temporariamente regulamentou o uso da telemedicina diretamente entre médico e paciente, para consulta, monitorização e diagnóstico. Há mais de uma década os neurologistas reconhecem os benefícios da telemedicina no tratamento do AVC agudo. Entretanto, como o uso da telemedicina no país era restrito até a pandemia da COVID-19, a magnitude do envolvimento dos neurologistas brasileiros com a telemedicina não é conhecida.
Métodos:
Todos os membros da Academia Brasileira de Neurologia foram convidados por e-mail a responder voluntariamente um questionário sobre seu envolvimento pessoal com telemedicina antes e durante a pandemia.
Resultados:
162 neurologistas, representando todas as regiões do Brasil, responderam o questionário. A pesquisa mostrou que 18,5% dos respondedores trabalhavam com telemedicina antes da pandemia da COVID-19, enquanto 63,6% afirmaram trabalhar com telemedicina durante a pandemia. As principais modalidades de telemedicina utilizadas durante a pandemia são a teleorientação e a teleconsulta.
Discussão:
De acordo com esses resultados, a pandemia da COVID-19 influenciou profundamente o comportamento dos neurologistas brasileiros, que passaram a demonstrar uma ideia mais favorável sobre telemedicina, e determinou uma busca ativa de informações sobre teleneurologia. Há necessidade de maior capacitação nesta área em nosso país. Universidades e sociedades médicas devem se esforçar para melhorar a educação em telemedicina. A expansão do uso da teleneurologia com alta qualidade contribuirá para um melhor cuidado dos pacientes com doenças neurológicas no Brasil.
Palavras-chave:
Telemedicina; Neurologia; COVID-19; Teleneurologia; Teleconsulta