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Impactos subjetivos do treino cognitivo computadorizado para idosos saudáveis no contexto da pandemia de COVID-19

Resumo

Antecedentes

Programas informatizados de treinamento cognitivo podem ter beneficiado a autoavaliação da memória, a qualidade de vida e o humor entre os idosos durante a pandemia de doença do coronavírus 2019 (coronavirus disease 2019, COVID-19, em inglês).

Objetivo

Determinar os impactos subjetivos do treinamento cognitivo computadorizado no humor, na frequência de esquecimento, nas queixas de memória, e na qualidade de vida em idosos utilizando uma plataforma online.

Métodos

Ao todo, 66 idosos participantes do programa USP 60 +, oferecido à terceira idade pela Universidade de São Paulo, e inscritos voluntariamente no estudo, foram selecionados e randomizados em uma razão de 1:1 em 2 grupos: grupo treinamento (n = 33) e grupo controle (n = 33). Após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido, os participantes responderam a um protocolo que incluía um questionário sociodemográfico, o Questionário de Queixas de Memória (Memory Complaints Questionnaire, MAC-Q), A Escala de Frequência de Esquecimento de McNair e Kahn, a Escala de Depressão Geriátrica (Geriatric Depression Scale, GDS-15), o Inventário de Ansiedade Geriátrica (Geriatric Anxiety Inventory, GAI), e –o questionário de Controle, Autonomia, Autorrealização e Prazer (Control, Autonomy, Self-Realization, and Pleasure, CASP-19). A plataforma de jogos cognitivos de treinamento visou estimular diversos aspectos cognitivos, incluindo memória, atenção, linguagem, funções executivas (raciocínio, raciocínio lógico) e habilidades visuais e espaciais.

Resultados

Na comparação pré e pós-teste, os participantes do grupo de treinamento apresentaram redução nas pontuações do MAC-Q, da escala McNair e Kahn e do GAI. Diferenças significativas entre os grupos quanto às pontuações totais da escala MAC-Q no pós-teste também foram evidenciadas pela regressão logística.

Conclusão

A participação em uma intervenção cognitiva computadorizada promoveu reduções nas queixas de memória, frequência de esquecimento e sintomas de ansiedade, além de melhorar a qualidade de vida autorrelatada.

Palavras-chave:
Idoso; Qualidade de Vida; Envelhecimento Cognitivo; Tecnologia Digital; Cognição

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