Resumo
Antecedentes
A coexistência da esclerose lateral amiotrófica (ELA) com formas clínicas da doença de Parkinson (DP), embora incomum, é encontrada em um grau maior do que seria esperado ao acaso. Os mecanismos patológicos da ELA e da DP ainda não são totalmente compreendidos e a coexistência dessas duas doenças sugere que elas podem compartilhar mecanismos em comum.
Objetivo
Apresentamos uma amostra de pacientes com ELA clinicamente definida ou provável que foram avaliados com tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT)/TRODAT e comparados com controles sem ELA.
Métodos
Pacientes com ELA clinicamente definida ou provável foram avaliados com a escala funcional de esclerose lateral amiotrófica (ALSFRS) para definir a gravidade e foram coletados os seus dados demográficos. Os resultados do TRODAT de pacientes com ELA foram comparados com aqueles de pacientes com diagnóstico de DP com menos de 10 anos de duração e com pacientes com diagnóstico de outros distúrbios do movimento não associados a doenças neurodegenerativas.
Resultados
Um total de 75% dos pacientes com ELA apresentou resultados de TRODAT abaixo dos níveis considerados normais; 25% no grupo controle sem doença neurodegenerativa e 100% no grupo DP. Uma diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os pacientes com ELA e o grupo controle sem doença neurodegenerativa nos valores de TRODAT p< 0,05.
Conclusões
Nosso estudo está de acordo com as evidências neuropatológicas e funcionais que demonstram a existência de disfunção nigroestriatal em pacientes com ELA. Mais pesquisas para entender melhor o papel dessas mudanças no processo fisiopatológico da ELA precisam ser realizadas.
Keywords
Amyotrophic Lateral Sclerosis; Parkinson Disease; Dopamine Plasma Membrane Transport Proteins; Striatonigral Degeneration; SPECT