OBJETIVO: Caracterizar o comprometimento neurológico no lupus eritematoso sistêmico juvenil. MÉTODO: Os prontuários dos pacientes com o diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico antes dos 16 anos de idade, em acompanhamento na Unidade de Reumatologia do Hospital Pequeno Príncipe, de janeiro de 1992 a janeiro de 2006, foram revisados retrospectivamente enfatizando aspectos neuropsiquiátricos. RESULTADOS: Quarenta e sete pacientes foram incluídos. Síndromes neuropsiquiátricas foram encontradas em 29 (61,7%): crises convulsivas (17 / 36,2%), cefaléia intratável (7 / 14,9%), distúrbios do humor (5 / 10,6%), doença cerebrovascular (4 / 8,5%), estado confusional agudo (3 / 6,4%), meningite asséptica (3 / 6,4%), psicose (3 / 6,4%), coréia (3 / 6,4%), síndrome de Guillain-Barré (2 / 4,3%) e neuropatia craniana (1 / 2,1%). Índices de morbidade (SEDAI e SLICC) foram maiores em pacientes com manifestações neuropsiquiátricas (p<0,05). CONCLUSÃO: Síndromes neuropsiquiátricas são um achado freqüente que acrescenta morbidade significativa ao lupus eritematoso sistêmico juvenil.
lupus eritematoso sistêmico juvenil; síndromes neuropsiquiátricas