RESUMO
Antecedentes:
O canabidiol (CBD) é uma terapêutica promissora no tratamento da epilepsia. Estudos recentes trouxeram evidências robustas sobre a eficácia e segurança do CBD. Lacunas no conhecimento atual e questões legais limitam seu uso. Não há consenso sobre o manejo do CBD nos diferentes tipos de epilepsia.
Objetivo:
Revisar criticamente os principais aspectos farmacológicos e clínicos atuais do uso do CBD em epilepsia e sugerir um guia terapêutico prático no Brasil.
Métodos:
Revisão não-sistemática da literatura até fevereiro de 2022 de conceitos atuais sobre CBD e epilepsia, associado a experiência dos autores.
Resultados:
Cinco estudos principais levaram à aprovação do CBD como tratamento adjuvante nas síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e na esclerose tuberosa. A eficácia em outras epilepsias fármaco-resistentes ainda não está bem estudada. Eventos adversos e interações medicamentosas são comuns. O CBD é bem tolerado. No Brasil, o CBD não é classificado como medicamento, mas como produto sujeito a diferente regras regulatórias. O acesso ao CBD ainda é restrito, e este não é fornecido pelo sistema público de saúde brasileiro. O CBD pode ser adquirido no Brasil em farmácias autorizadas ou por importação, sob prescrição especial e termo de consentimento informado.
Conclusão:
O CBD é uma realidade no tratamento da epilepsia. Estudos futuros e políticas públicas são necessários para permitir amplo acesso do CBD melhoraria da qualidade de vida de pessoas com epilepsia no Brasil.
Palavras-chave:
Canabidiol; Epilepsia; Eficácia; Segurança; Brasil