Resumo
Antecedentes
A prevalência de dor em pacientes com esclerose múltipla é significativa. A fibromialgia é considerada uma forma de dor crônica encontrada na esclerose múltipla, mas os dados são restritos a estudos europeus e da América do Norte.
Objetivo
Avaliar a prevalência de fibromialgia em uma série de pacientes com esclerose múltipla e as características desta comorbidade.
Métodos
O presente estudo transversal incluiu consecutivamente 60 pacientes adultos com esclerose múltipla. Após o consentimento, os participantes foram submetidos à avaliação para determinação de incapacidade, fadiga, qualidade de vida, presença de fibromialgia, depressão e ansiedade.
Resultados
A prevalência de fibromialgia foi de 11,7%, similar ao observado em estudos prévios. Pacientes com a comorbidade apresentaram piores escores de fadiga (mediana e intervalo interquartil [IIQ]: 68 [48–70] versus 39 [16,5–49]; p < 0,001], qualidade de vida (média ± desvio padrão [DP]: 96,5 ± 35,9 versus 124,8 ± 28,8; p = 0,021), ansiedade (média ± DP: 22,7 ± 15,1 versus 13,8 ± 8,4; p = 0,021) e depressão (mediana e IIQ: 23 (6–28) versus 6 (3–12,5); p = 0,034] do que pacientes sem fibromialgia. Houve correlação positiva forte dos escores de depressão e de ansiedade com a fadiga (r = 0,773 e r = 0,773, respectivamente; p < 0,001). Concomitantemente, houve correlação negativa moderada entre os escores de escala de estado de incapacidade expandida, fadiga e depressão com a qualidade de vida (r = - 0,587, r = - 0,551, r = - 0,502, respectivamente; p < 0,001).
Conclusão
A fibromialgia é uma comorbidade de esclerose múltipla que pode aumentar a fadiga e diminuir a qualidade de vida, embora depressão, ansiedade e incapacidade sejam fatores potencializadores dessa morbidade associada.
Palavras-chave
Esclerose Múltipla; Dor; Fibromialgia; Comorbidade; Depressão; Ansiedade