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Introducción a la Medicina Psicosomática: C. Alberto Seguin. Um volume com 288 páginas. Prefácio de Flanders Dunbar. Empr. Gráfica T. Scheuch S. A., Lima (Peru), 1947

ANÁLISES DE LIVROS

Introducción a la Medicina Psicosomática. C. Alberto Seguin. Um volume com 288 páginas. Prefácio de Flanders Dunbar. Empr. Gráfica T. Scheuch S. A., Lima (Peru), 1947

O prefácio explicativo e os três primeiros capítulos deste livro são um reflexo da cultura filosófica do autor, admitindo a relatividade do conhecimento humano e a síntese dos fenômenos biológicos num ecletismo sadio e utilizável, dentro do conceito de totalidade que admite. Muito útil é o fato de chamar a atenção dos que pretendem estudar o assunto, sobre as funções do hipotálamo, ainda um tanto obscuras, e suas relações com o aspecto neurovegetativo da emoção.

A inclusão de um capítulo sobre o hipnotismo chama a atenção dos estudiosos e encaminha os céticos a admitir a interrelação psiquicosomática. Para aqueles que ainda acham alguma cousa de místico nos fenômenos psíquicos, servirão como iniciação os capítulos da fisiologia, fisiopatologia e mecanismos patogênicos das emoções, com finalidade quase puramente didática e bem sucedida, que "a idéia esquemática do esqueleto de concepções psicanalíticas "não faça do leitor um "psicanalista "ou, quanto menos, um crítico leigo; as raízes e prática da teoria são mais profundas e limitadas. Com rara habilidade e primorosa apresentação, trata da semiótica psicossomática, incluindo um interrogatório taquigrafado de um médico a um paciente, bastante elucidativo. Pareceu-nos interessante, além da citação de outros métodos complementares de exame, o ter razoavelmente dado ênfase ao psicodiagnóstico de Rorschach. Não menos interessante é a maneira pela qual trata do conceito de doença, pondo muito bem em foco a dificuldade em estabelecer relação da causa e efeito no complexo fenômeno biológico, ao contrário do que se dá, dentro de certos limites, na observação do fenômeno físico, elementar; emite então um novo conceito de doença, baseada no equilíbrio da correlação orgânica. Nova advertência deve ser feita ao leitor, no capítulo que trata dos mecanismos patogenéticos e patologia gastroduodenal, principalmente no que concerne aos trabalhos de Alexander. Aqui, colocando-nos em paralelo com Weiss e English ("no work en psychosomatic medicine could have been attempted without the biologically oriented psychology of Freud"), poderíamos dizer: nenhum fenômeno psicossomático é inteligível sem uma compreensão básica da teoria de Freud. Temos a impressão de que deveria ser feito para os outros capítulos, a exemplo do que foi feito no de terapêutica psicossomática, uma indicação bibliográfica limitada para o iniciante. Nos três casos clínicos apresentados como fecho do trabalho, vêem-se novamente as vantagens de encarar cada um deles em sua totalidade psicossomática e não cogitar de saber se se trata dum caso orgânico ou funcional. Em apêndice, parte final do livro, mostra dados estatísticos sobre desvios da personalidade, dá normas de como deveria ser ensinada a medicina psicossomática, que não deve ser considerada como especialidade: seria ensinada no curso de Fisiologia, a fisiologia das emoções; ao lado da Fisiopatologia, a psicopatologia; e o estudo da terapêutica seria completado por conhecimentos de psicoterapia.

A maneira pela qual são tratados todos os capítulos dão pouca margem a comentários, porém justifica o título da obra e sua recomendação aos iniciantes da clínica e a todos aqueles que carecem da noção de síntese em medicina.

I. Mathias

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Fev 2015
  • Data do Fascículo
    Jun 1948
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